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ESG nas startups: uma jornada para impulsionar negócios

Sustentabilidade e ESG nas startups.

Veja a relação entre a agenda ESG nas startups e o desempenho nos negócios para entender por que a sustentabilidade é importante para sua empresa.

O debate sobre a agenda ESG nas startups e no mercado como um todo tem sido um tema recorrente. Isso porque estudos e pesquisas mostram que as boas práticas ambientais, sociais e de governança estão diretamente relacionadas ao desempenho dos negócios. Então, conheça ótimas razões para sua empresa também participar desse movimento.

Um olhar sobre o mercado

Nunca houve tanto dinheiro para negócios escaláveis, inovadores e tecnológicos. As startups, empresas ainda não maduras, mas com alto potencial de crescimento, estão constantemente na mira de investidores.

Segundo dados da plataforma Crunchbase, em uma escala global, os investimentos em startups feitos ao longo de 2021 foram dez vezes maiores que os feitos há uma década, em 2012. A comparação com 2020 evidencia ainda mais essa aceleração: a indústria movimentou 643 bilhões de dólares em 2021, frente aos 335 bilhões de dólares no ano anterior, representando um salto de 92%.

No Brasil, o valor investido em startups aumentou de 14,6 bilhões de reais para 46,5 bilhões de reais entre 2020 e 2021, segundo levantamento da Associação Brasileira de Private Equity e Venture Capital (ABVCAP) e da consultoria KPMG. O aumento foi de incríveis 218%, superando a taxa de crescimento global.

Todo esse aporte incomparável está distribuído em estágios diversos de crescimento das startups, nas quais as gestoras olham para quatro níveis: ideação, operação, tração e escala. As startups que recebem tais investimentos entram na chamada “esteira do venture capital”, fazendo rodadas de captação a cada ciclo de 18 a 24 meses.

Cada rodada tem um nome específico. Da mais inicial até a mais avançada, temos: pré-seed, seed, série A, B, C… até o tão almejado evento de liquidez, que pode ser caracterizado por uma oferta pública inicial de ações (IPO), uma venda para outra empresa (M&A) ou a venda de parte ou da totalidade da empresa para um fundo de private equity, por exemplo.

O contexto do ESG nas startups: por que a sustentabilidade importa para os negócios?

Combinar as lentes da sustentabilidade ao negócio é um movimento necessário para a prosperidade de empresas. As pautas relacionadas à agenda ESG (ambiental, social e de governança) são relevantes por vários motivos, entre eles:

  • movimentos dos mercados de investimentos;
  • gestão de riscos;
  • menos desperdícios e menos custos;
  • reputação e relacionamento;
  • inovação;
  • novos negócios.

Ou seja, a busca pelo ESG nas startups traz o aumento da possibilidade de investimentos, menos riscos, custos menores, boa reputação e mais inovação. Esse é um combo valioso para os negócios, não é mesmo?

O que cabe dentro do ESG?

A jornada de sustentabilidade de um negócio pode ser ampla e incluir uma série de variáveis decisivas para a prosperidade do empreendimento. Nesse aspecto, a visão de ESG nas startups propõe uma plataforma para direcionar foco nos temas ambientais, sociais e de governança.

De maneira prática, na agenda ESG cabem:

  • (E) Meio ambiente — Temas relacionados a impactos, uso e gestão de recursos naturais. As mudanças climáticas, por exemplo, têm despontado nas discussões globais e exigido posicionamentos de organizações. Então, como sua startup está se posicionando nesse tema? 
  • (S) Social — Neste pilar entram temas como relações de trabalho com colaboradores, relações justas com fornecedores e parceiros, contribuições com a comunidade. A diversidade é um aspecto social relevante nesse contexto e está entre as pautas mais discutidas na atualidade.
  • (G) Governança — Está relacionada às estruturas, como conselhos e comitês, além de ferramentas, sistemas e processos, como políticas, gerenciamento e segurança de dados. Nesse sentido, um conselho robusto, com membros independentes, é uma boa prática de governança reconhecida pelo mercado.

Agenda ESG nas startups permite que elas saiam na frente

As gestoras definem a tese de investimentos e escolhem em quais startups injetar capital a partir de um match entre elas. E há uma grande possibilidade de o tema sustentabilidade ser determinante para a assinatura ou não de um acordo. 

É frequente as gestoras levarem em consideração, ao ouvir um pitch, aspectos como: tamanho de mercado a ser endereçado pela solução; a oportunidade de diferenciação frente à concorrência; a qualidade do produto criado; a qualidade dos fundadores; e, mais recentemente, quais são as iniciativas sociais, ambientais e de governança do negócio. Ou seja, são pontos que permeiam equipe, produto e mercado e que podem fazer muita diferença na construção da confiança e facilitar a decisão sobre o aporte.

Estabelecer uma agenda ESG com indicadores, metas e compromissos no estágio inicial do negócio aumentará as chances de sucesso da startup no longo prazo. Além disso, acertar na estratégia cedo significa não ter de pagar caro para corrigi-la mais tarde. Considerando que as rodadas de captação ocorrem, em geral, a cada ciclo de 18 a 24 meses, é viável desenvolver sua estratégia de sustentabilidade a tempo de não ficar para trás. 

curso ESG para startups

O interesse crescente de investidores por avaliar as novatas do mercado sob a ótica de ESG fazem do tema uma agenda relevante e urgente para qualquer startup. Ter indicadores, metas e compromissos para além dos financeiros amplia sua credibilidade e reforça a seriedade do negócio. Larry Fink, CEO do fundo de investimentos BlackRock, na carta anual para os CEOs em 2022, afirmou que há uma explosão na disponibilidade de capital, mas só vão acessar esse capital as organizações responsáveis e comprometidas com a sustentabilidade.

Uma pesquisa da PwC mostrou que os investidores vinculam a qualidade da administração de uma empresa à qualidade dos relatórios dela. A falta de clareza nas questões de ESG poderá causar dúvidas sobre a viabilidade de longo prazo da empresa justamente quando ela está começando a criar um histórico de desempenho. Cada vez mais empresas terão de prestar contas sobre como os aspectos do ESG estão integrados à estratégia, dando ênfase especial aos fatores-chave de valor e riscos capazes de afetar a posição e o desempenho delas.

Outro dado interessante é que, segundo um estudo do European Capital Markets Institute (2020), as empresas com altas classificações em ESG demonstraram capacidade de ser mais resilientes em tempos desafiadores. Elas resistiram melhor à turbulência dos mercados de ações observada durante a pandemia da Covid-19, por exemplo.

Algumas evidências acadêmicas apontam ligações concretas entre agendas ESG robustas e o desempenho pré-IPO. A White & Case (2020) destacou que, de aproximadamente 2.000 trabalhos acadêmicos sobre o tema, cerca de 70% apresentavam uma correlação positiva entre pontuações de ESG mais altas e bons retornos financeiros.

Sendo assim, ao olhar para sua startup e concluir que ela ainda não tem uma estratégia de ESG, saiba que está correndo o risco de perder o acesso ao capital de investidores ou até mesmo de receber uma avaliação abaixo do ideal. Continue a leitura e entenda como dar os primeiros passos para mudar isso.

ESG nas startups
A diversidade é um aspecto social relevante e está entre as pautas mais discutidas na atualidade (Foto: Banco de imagens).

Como iniciar uma agenda ESG na sua startup?

Essa é uma dúvida muito comum. Afinal, os desafios sociais e ambientais são inúmeros, assim como as possibilidades para negócios responderem a essas demandas.

Mas, calma! Existe um passo a passo que pode apoiar empresas de qualquer segmento ou tamanho na construção de uma agenda de sustentabilidade com consistência e capaz de gerar bons resultados. Veja algumas das premissas básicas que dão direção a essa jornada do ESG nas startups:

  1. Entenda os cenários, tendências e desafios de ESG globais e locais.
  2. Reconheça os impactos e conheça as oportunidades de ESG do negócio.
  3. Identifique as expectativas de possíveis investidores e outros públicos de relacionamento da startup, como colaboradores ou parceiros, sobre o tema de ESG.
  4. Priorize temas a partir da escuta dos stakeholders, dos cenários, impactos e oportunidades mapeadas, combinando com o propósito da startup.
  5. Defina indicadores, metas e compromissos públicos.
  6. Invista na comunicação dos resultados de forma clara, transparente e coerente.

Com essa construção, fica mais fácil estabelecer uma estratégia de sustentabilidade sólida, direcionar recursos de maneira efetiva, fortalecer a relação com públicos de interesse, potencializar impactos a partir de ações estruturadas e ancoradas em gestão, além de favorecer a transparência e a clareza na comunicação da agenda ESG.

Entretanto, é preciso estabelecer uma jornada com coerência e profundidade, e não somente incluir a sustentabilidade como mais um item de checklist da empresa. Plataformas de ESG frágeis não terão resultados e possivelmente serão penalizadas pelo mercado.

Integrar as lentes da sustentabilidade ao negócio é uma mudança cultural, reforça valores, amplia vantagens competitivas e posiciona a startup em um novo patamar no mercado. 

O consumidor também está atento

Assim como os investidores agora dão mais ênfase às preocupações com a sustentabilidade, incluindo os temas ambientais, sociais e de governança na conta dos resultados financeiros, o público em geral também está de olho.

Um número crescente de pessoas está se tornando mais exigente na hora de escolher produtos ou contratar serviços. Já é mais comum encontrar consumidores que querem saber de onde vem o produto, as condições de trabalho e que valor a empresa entrega para a comunidade. Também estão mais dispostos a apoiar as organizações que eles percebem estar mais comprometidas com os desafios socioambientais.

Compartilhar seus compromissos com a sustentabilidade, mostrando resultados e evoluções, pode ser uma boa estratégia para o engajamento de novos clientes e a ampliação da fidelidade dos atuais. Mas, atenção: fuja do greenwashing! Não caia na armadilha de explorar temas de ESG apenas como uma prática de marketing, sem compromissos reais e resultados consistentes. 

A comunicação do ESG precisa ser condizente com as práticas da startup. Não existe posicionamento ou reputação que dure no tema sem uma boa estratégia de sustentabilidade integrada ao negócio.

Sustentabilidade é o futuro: o ESG nas startups veio para ficar

Após todos esses dados, é possível concluir que qualquer empresa lida com questões de ESG e que negligenciá-las coloca em xeque a capacidade de resiliência, de acesso a capital, de inovação, de responder às demandas de seus públicos e de prosperar.

Desenvolver uma estratégia de ESG nas startups de maneira consistente e, principalmente, consciente é fundamental para construir uma visão de futuro, com ações claras no presente. É o único caminho viável para negócios que querem manter-se prósperos e relevantes.

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