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Repertório da Sustentabilidade: 5 conceitos fundamentais

Equidade social faz parte do repertório da sustentabilidade

Confira os conceitos que cada vez mais estão presentes no dia a dia de empresas, governos e cidadãos no âmbito da Sustentabilidade.

É de conhecimento de todos que o tema Sustentabilidade é atual, abrangente, complexo e está em constante mudança. Por isso, acompanhar as expressões, movimentos, selos e certificações que direcionam essa agenda é parte fundamental do processo de aperfeiçoamento.

Seria pretensioso demais afirmarmos aqui que vamos abranger o “dicionário de A a Z da Sustentabilidade”, sendo assim, destacamos neste conteúdo alguns conceitos essenciais para você aumentar seu repertório da sustentabilidade.

5 conceitos para compreender a Sustentabilidade

Para compreender a Sustentabilidade na prática, é preciso mergulhar mais a fundo nas diversas expressões e conceitos que são abrangidos e determinantes para essa agenda. Selecionamos 5 conceitos que desdobram temas chaves e atuais, presentes nas discussões globais: descarbonização da economia, economia circular, equidade social, design regenerativo e rastreabilidade na cadeia. Em seguida, saiba mais sobre o que cada uma dessas expressões significa na prática e amplie seu repertório da sustentabilidade.

  1. DESCARBONIZAÇÃO DA ECONOMIA

Não é possível iniciar uma jornada de sustentabilidade sem tocar neste tema. A descarbonização da economia visa a redução e a eliminação da emissão de gases de efeito estufa (GEE), principalmente o gás carbônico. O objetivo é alcançar uma economia com baixa emissão de carbono e barrar o aquecimento global, consequentemente, as mudanças climáticas.

A economia mundial está fortemente baseada em combustíveis fósseis, os quais são usados na geração de energia, no transporte e na indústria, por exemplo. E tudo isso resulta em grandes níveis de emissão de carbono. Iniciativas públicas e privadas para uma transição energética são urgentes diante do cenário global que vivenciamos.  

A economista-chefe da Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE), Laurence Boone, alerta que os governos devem investir em uma rede de infraestrutura que ajude a reduzir as emissões dos gases que contribuem para o efeito estufa. Em consequência dos movimentos políticos, crescem as perspectivas de regulamentações e novas políticas que irão nortear empresas e a gestão de seus impactos ambientais.

Nesse sentido, um novo mercado tem se fortalecido: o de crédito de carbono. Na prática podemos entender o crédito de carbono como uma medida que favorece a redução e compensação de emissões geradas por países e empresas. Detalhando um pouco mais, cada unidade de crédito de carbono equivale a uma tonelada de CO2eq (dióxido de carbono equivalente).

Esse contexto favorece o surgimento de novos negócios que promovem soluções que geram créditos de carbono, como por exemplo, iniciativas de proteção de áreas verdes e fontes de energia renovável, e torna cada vez mais comum a compra de créditos de carbono por organizações que buscam compensar suas emissões geradas.

  1. ECONOMIA CIRCULAR

Este conceito é parte integrante do que chamamos de novas economias, e se baseia nos 4 R’s: Redução, Reutilização, Recuperação e Reciclagem de materiais e energia. É um modelo econômico que se opõe/substitui o conceito de economia linear, que prevê o fim de vida de um bem de consumo e o seu descarte. Aqui a ideia é que os produtos formem um ciclo completo, sendo reutilizados, restaurados ou renovados ao final. Ou seja, paramos de produzir novos resíduos.

A Ellen MacArthur Foundation, uma instituição reconhecida no tema, propôs o diagrama do sistema de economia circular, também chamado de “butterfly diagram” que ilustra o fluxo contínuo de materiais num modelo circular de extração, produção e consumo. Segundo o diagrama, existem dois ciclos principais – o técnico e o biológico. No ciclo técnico, os produtos e materiais são mantidos em circulação por meio de processos como reutilização, reparo, recuperação e reciclagem. No ciclo biológico, os nutrientes dos materiais biodegradáveis ​​são devolvidos à Terra para regenerar a natureza.

A economia circular nos dá as ferramentas para lidar com as mudanças climáticas e a perda de biodiversidade, ao mesmo tempo que lança um olhar para oportunidades de desenvolvimento econômico e social, como por exemplo o desenvolvimento da cadeia de reciclagem. A visão da circularidade desdobra um cenário em que é possível prosperar econômica, social e ambientalmente, de maneira equilibrada e sustentável.

  1. EQUIDADE SOCIAL

Este princípio reafirma a compreensão de que não há sustentabilidade em um contexto de grandes desigualdades. O combate a pobreza, a miséria, a falta de oportunidade de emprego e educação, as discriminações por gênero, orientação sexual, raça, religião, condição física, etária, econômica e social, são exemplos que evidenciam algumas desigualdades que ainda marcam presença nas relações sociais atuais.

John Elkington escreveu na Harvard Business Review alertando que “o sucesso ou o fracasso nas metas de sustentabilidade também deve ser medido em termos do bem-estar de bilhões de pessoas”. 

A equidade social é uma premissa básica para alcançar a sustentabilidade. Organizações que compreenderem e se posicionarem como atores capazes de gerar e compartilhar valor a fim de potencializar relações humanas com mais igualdade, estarão diante de grandes escalas de prosperidade. 

Segundo Michael Porter, as empresas poderiam impulsionar os seus negócios e trazer a sociedade a seu favor se redefinirem seu propósito de criar “valor compartilhado” – gerando valor econômico de uma forma que também produza valor para a sociedade, resolvendo seus desafios. Uma abordagem de valor compartilhado que conecta o sucesso da empresa com o progresso social e que certamente traz passos para a maior equidade social.

A equidade de gênero é um conceito fundamental no repertório da sustentabilidade.
A equidade social é um conceito fundamental no repertório da sustentabilidade (Foto: Banco de imagens).
  1. DESIGN REGENERATIVO

O conceito prevê que, para tornar sustentável, precisamos recriar o jeito de pensar e desenvolver produtos, negócios e serviços, fomentando um novo jeito de fazer que contribua para a regeneração dos ecossistemas sociais e ambientais. Estamos falando, por exemplo, da redução do uso dos recursos não renováveis, a busca excessiva pelo menor impacto ambiental durante o ciclo de vida de um produto. 

Na prática, o desafio é criar produtos de baixo impacto ambiental com mínimo gasto de energia, que durem mais tempo e gerem menos resíduos. Isso significa repensar radicalmente o design. Fazer isso requer vontade de mudar, mas também criatividade, capacidade, envolvimento de todos os setores, uma multiplicidade de abordagens e a experiência de muitos.

Cat Drew, Chief Design Officer, da Design Council, cita que “precisamos agir de forma mais coletiva ou centrada no planeta, ser ousados ​​e transformadores e nos ver como administradores de situações em constante mudança” (tradução livre). O desafio é urgente, mas o futuro é esperançoso.

O design regenerativo impulsiona uma nova cultura de criação e consumo, reforça uma visão mais integrada e fomenta uma nova maneira de nos relacionarmos com os recursos naturais e os impactos gerados por cada produto. O mindset do design regenerativo é um filtro fundamental na hora de avaliar a viabilidade e prosperidade de negócios que buscam ser mais sustentáveis. 

  1. RASTREABILIDADE NA CADEIA

O quinto e último conceito para ampliar seu repertório da sustentabilidade diz respeito a rastreabilidade na cadeia. Esse é um conceito que ganhou mais repercussão de alguns anos pra cá e basicamente refere-se a capacidade de rastrear, ou seja, conhecer a procedência dos produtos. Escândalos quanto a impactos ambientais e condições de trabalho exploratórias somados à pressões de governos e do próprio consumidor, impulsionaram o tema nas agendas ESG de marcas de diferentes segmentos.

É importante compreender que, da extração de recursos, passando pelos processos de produção e distribuição, até chegar ao consumidor final, existem longas redes de empresas envolvidas. Na prática, a rastreabilidade se desdobra em medidas de monitoramento, certificações, verificações e desenvolvimento dessa cadeia, responsabilizando marcas por todo o circuito que movimentam para desenvolver seus produtos. 

O conceito da rastreabilidade estimula relações de trabalho mais justas, fortalece negócios que são ambiental e socialmente mais responsáveis e que respeitam as legislações vigentes, estabelece parâmetros de boas práticas de governança, combate posturas antiéticas, e lança mais clareza sobre o caminho percorrido por cada bem de consumo.

Empresas que atuam de maneira transparente e próxima com suas cadeias de fornecedores, que integram o olhar da rastreabilidade, demonstram seriedade, constroem redes de parceiros que prosperam juntos, mitigam riscos e incrementam a reputação positiva com seus consumidores.

Curso agenda ESG

Esteja sempre atento aos movimentos da agenda de sustentabilidade

Diante de todos os conceitos apresentados acima – descarbonização da economia, economia circular, equidade social, design regenerativo e rastreabilidade na cadeia, é possível concluir que eles formam um importante elo na jornada de construção de uma consciência coletiva e uma cultura mais sustentável. Além disso, para estar sempre atualizado quanto ao repertório da sustentabilidade, é importante atentar-se aos movimentos dessa agenda, pois ela é dinâmica e abrangente. 

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