Pupa Consultoria

Startups de sucesso possuem estratégias ESG

As startups, com a sua visão inovadora e tecnológica, são importantes aliadas no desenvolvimento de soluções para os dilemas conectados à agenda ESG.

Atuar na direção resolutiva dos maiores desafios atuais em ESG (sociais, ambientais e de governança) é urgente e necessário, além de ser uma oportunidade de geração de negócios e resultados estratégicos para as startups.

As startups com a sua visão inovadora e tecnológica, são importantes aliadas no desenvolvimento de soluções para os dilemas conectados à agenda ESG, afinal, esses negócios têm a seu favor a possibilidade acelerada de recalcular a rota e adequar produtos ou serviços sem maiores burocracias. Também conhecidas como cleantechs, elas surgem com um papel muito importante, de oferecer valor através da utilização de menos recursos naturais e produzir menos poluição, por meio da tecnologia, inovação e sustentabilidade. Ou seja, são aliadas para a continuidade da saúde econômica, ecológica e humana em todo o mundo. Estas startups desenvolvem uma vantagem competitiva ao incorporar propósito alinhado a uma visão de sustentabilidade em seu DNA desde o início.

Entretanto, a realidade mostra que há muito a ser feito ainda. Metas climáticas, um forte contrato social, governança diversificada combinada com inteligência de dados consistentes ainda representam lacunas nas estratégias de gestão desses negócios.

Entenda as oportunidades e desafios ESG nas startups

Em todo o mundo, são inúmeros os desafios para a sustentabilidade, mas há alguns temas que são pauta da agenda ESG e transversais a quaisquer startups ou outros tipos de negócios. Veja a seguir alguns desses desafios que também acabam sendo oportunidades de diferenciação no mercado, ou ainda, para a criação de novos negócios:

E (ambiental): A pegada ambiental dos negócios é um grande ponto discutido mundialmente. E aqui falamos desde as emissões de gases poluentes ao uso responsável de qualquer outro recurso natural.  

Quando mergulhamos no contexto das startups, é cada vez mais necessário que elas já nasçam com metas e compromissos claros quanto a sua pegada. Já é uma prioridade para muitos investidores, que estão sob pressões regulatórias e de reputação, priorizar a escolha de negócios que tenham essa preocupação em seu plano estratégico. Especialmente investidores que são de grandes companhias, visto que tendem a buscar empresas parceiras que compartilhem do mesmo valor e objetivos, além de somar com melhores impactos ambientais. 

As startups, ao direcionar seus olhares para a sustentabilidade ambiental do seu negócio, tendem a reduzir seus riscos, potencializam reputação e relacionamento positivos, além de alavancar a inovação a serviço de grandes demandas globais, se tornando mais relevantes para mercados e investidores. 

S (social): Os desafios sociais são inúmeros e as empresas têm um importante papel social a partir das relações que estabelecem com seus públicos, sejam colaboradores, fornecedores, clientes ou mesmo a comunidade.

Startups que estabelecem um sólido “contrato social” com seus públicos saem na frente! Na prática, se usarmos como exemplo a relação com colaboradores, empresas com políticas claras, que investem em desenvolvimento e reconhecimento dos times, que fomentam ambientes saudáveis e inclusivos, tendem ampliar o senso de pertencimento e engajamento dos colaboradores, além de atrair e reter os principais talentos. De acordo com o International Corporate Governance Network (ICGN), organização internacional de princípios de governança corporativa, ter mais mulheres em cargos seniores permite às empresas inovar mais e ter um melhor desempenho, por exemplo.

Outro exemplo acontece quando a empresa investe no fortalecimento de uma rede de fornecedores locais ou potencializa iniciativas e negócios de uma comunidade próxima, compartilhando riquezas e gerando valor para os públicos e para a própria organização que se beneficia, seja pela reputação positiva ou pela cadeia de suprimentos mais forte.

G (governança): A última letra da sigla ESG, a governança, é como uma grande plataforma que tem relação com o jeito de fazer negócios, a forma e princípios com que as decisões são tomadas.

Definir um conselho diversificado com conselheiros independentes, implementar um código de conduta e ética, além de políticas como a de segurança de dados, são alguns exemplos para colocar a governança em prática nas startups. 

Cada vez mais os investidores exigirão que as startups desenvolvam negócios apoiados em gestão de dados confiáveis, como sistemas e processos bem definidos, que permitam transparência e rapidez na análise de resultados. Uma pesquisa da PwC mostrou que os investidores vinculam a qualidade da administração de uma empresa à qualidade dos relatórios dela. Metas com métricas e rituais de monitoramento e reporte, além dos comitês e conselhos, também integram o mix de boas práticas de Governança dos negócios.

Integrar um olhar positivo, que potencializa as oportunidades de negócios diante dos desafios ESG globais é uma importante capacidade empreendedora para o sucesso.
Startups de sucesso possuem estratégias ESG (Foto: Banco de imagens).

A Sustentabilidade como propósito das startups 

Integrar um olhar positivo, que potencializa as oportunidades de negócios diante dos desafios ESG globais talvez seja hoje a maior capacidade empreendedora requerida. Nesse cenário, já é possível listar empresas que são criadas a partir de uma consciência ampliada de mundo, ou seja, para além de integrar ESG em suas agendas de negócios, elas já nascem com esse drive no core do negócio, no seu propósito. São os casos das startups Eco Panplas e Um Grau e Meio. Confira a seguir mais detalhes sobre as duas soluções e inspire-se!

CASE: STARTUP ECO PANPLAS

A Eco Panplas é uma startup brasileira que realiza a reciclagem de embalagens plásticas pós consumo através da descontaminação de forma ecológica, sem utilização de água, sem geração de resíduos e com rastreabilidade, resultando em benefícios socioambientais de impacto para toda cadeia produtiva, sociedade e meio ambiente – aspectos centrais do ESG.

É um novo conceito de reciclagem para que a embalagem plástica de óleo lubrificante seja descontaminada sem a utilização de água e volte a ser a embalagem do mesmo produto, completando o ciclo da economia circular e logística reversa, através de uma tecnologia e processo inovador. 

O projeto que mantém 17 bilhões de litros de água potável limpos anualmente na coleta e reciclagem de embalagens de lubrificantes, venceu a categoria “Água” na 23ª edição do Energy Globe World Award. Este é um importante prêmio ambiental mundial, que reconhece empresas em cinco categorias: Terra, Fogo, Água, Ar e Juventude.

Em entrevista para a imprensa, Felipe Cardoso, CEO da Eco Panplas, afirmou: “Estamos apresentando ao mundo um novo conceito de reciclagem aliada a uma tecnologia e processo inovador, composto por equipamentos e processos patenteados. Já obtivemos sucesso em uma operação para as embalagens de óleo lubrificante, na nossa planta produtiva em Hortolândia (SP)”. A perspectiva do negócio é de crescimento ao replicar esta tecnologia a diversos outros tipos de plásticos.

Curso sustentabilidade e agenda ESG para startups.

CASE: STARTUP UM GRAU E MEIO

Usar inteligência e tecnologia para combater uma das três principais causas de emissão de CO2 no Brasil, os incêndios florestais, é o que propõe a solução da startup brasileira Um Grau e Meio. A partir da visão de urgência em endereçar as mudanças climáticas, a startup leva em seu próprio nome a meta a ser alcançada: manter a elevação de temperatura do planeta abaixo de 1.5°C. 

A empresa atua de maneira alinhada aos ODS (Objetivos de Desenvolvimento Sustentável) estabelecidos pela ONU no Acordo de Paris. Rogério Cavalcante, fundador da startup, em entrevista para a Exame, destacou que: “Com nosso algoritmo analisando imagens em tempo real, reduzimos o tempo de detecção de focos de incêndio de 48 horas para apenas três minutos. E em alguns casos, constatamos redução de até 90% das áreas queimadas”.

O DNA do negócio traz a consciência de que não existe economia saudável sem florestas bem cuidadas, conforme o próprio Cavalcante afirma: “Como pode haver lucro com dano ao meio ambiente? Afinal, que lucro é esse? Para quem? Estamos diante de novos tempos e de uma oportunidade incrível de fazermos toda a diferença para o nosso planeta, com lucro, propósito, transparência e de forma sustentável, pois essa é nova forma de valoração econômica de uma atividade empresarial, e não tem mais volta”.

Recentemente a startup recebeu o reconhecimento inovabra ESG 2021, que levou em consideração aspectos como o alinhamento da missão e o potencial de produtos ou soluções na geração de impacto positivo direto na agenda ESG, seu potencial no atingimento de metas dos ODS e análise de cases de sucesso.

Movimente seu negócio para a sustentabilidade e agenda ESG

A partir dos cases apresentados, fica evidente o quanto o propósito e o DNA das startups ou de qualquer outro tipo de negócio são fundamentais para norteá-los na direção da sustentabilidade e agenda ESG, gerando assim impactos positivos no mundo. Para manter negócios relevantes e desenvolver uma sociedade verdadeiramente próspera é preciso assumir a responsabilidade para si.

Por fim, vale destacar que integrar as lentes da sustentabilidade aos negócios passa por conectar suas decisões estratégicas à agenda ESG bem como compreender como o seu propósito de existências contribuem para a sustentabilidade da sociedade e do ecossistema em que a empresa está inserida.

QUER DAR O PRIMEIRO PASSO EM DIREÇÃO A SUSTENTABILIDADE E AGENDA ESG? NA PUPA TEMOS A MISSÃO DE INFLUENCIAR TRANSIÇÕES DE VALORES, CULTURAS E COMPORTAMENTOS, E APOIAMOS ORGANIZAÇÕES NESSA JORNADA. CLIQUE AQUI E SAIBA MAIS.