A matriz de materialidade orienta as escolhas do negócio e fundamenta a definição de um posicionamento para sustentabilidade. Sem esse processo, as escolhas na agenda ESG geralmente ficam restritas às percepções individuais e isoladas de uma ou outra pessoa. O que pode acarretar numa estratégia frágil e recursos investidos com pouco resultado efetivo.
O que é a Matriz de Materialidade?
A matriz de materialidade é uma ferramenta importante na construção de uma estratégia de sustentabilidade. Segundo o Global Reporting Initiative (GRI), o principal objetivo da matriz é definir os temas relacionados a agenda ESG mais relevantes para a empresa e seus stakeholders, ou seja, às práticas e impacto ambientais, sociais e requisitos de governança que devem ser considerados nas principais decisões do negócio.
Há algumas etapas para construir uma matriz de materialidade consistente e dar o primeiro passo na definição de uma estratégia de sustentabilidade. É importante compreender que realizar esse processo de maneira estruturada trará benefícios a longo prazo para a estratégia e para a organização, como maior credibilidade nas escolhas de investimento ESG e um posicionamento coerente para construção de reputação no tema.
Com base no Guia How-To do Núcleo de Sustentabilidade da Fundação Cabral, destacamos alguns aspectos positivos advindos do processo de definição da matriz:
- Proximidade com clientes e/ou consumidores – a partir do mapeamento da matriz, é possível identificar assuntos socioambientais que podem virar atributos de produtos e que terão valor para o público.
- Mapeamento de concorrentes e do mercado – avaliando as iniciativas de concorrentes, é possível definir estratégias que tragam diferenciação no mercado.
- Planejamento de cenários – como os temas priorizados irão se desenvolver ao longo dos próximos 5 ou 10 anos? A reflexão pode trazer insights estratégicos, inclusive de inovação ou novos negócios, além de apoiar no mapeamento e prevenção de riscos.
Por onde começar a Matriz de Materialidade?
Uma das opções escolhidas por muitas organizações é a contratação de uma consultoria especializada, que realiza todas as etapas do processo, com a vantagem de integrar uma visão de mercado, sem vieses pessoais, ao longo do levantamento de dados e criação do diagnóstico, além de ter know how específico para a atividade.
Entretanto, é possível criar sua matriz internamente, com o envolvimento dos times da organização. Fará a diferença definir um ponto focal ou comitê para conduzir o processo, além de envolver os principais porta-vozes e lideranças de áreas estratégicas do negócio. Veja a seguir as principais etapas deste processo.
1 – Defina uma base de temas relevantes
Nessa etapa inicial, a empresa precisa ampliar seu repertório em sustentabilidade, mapeando quais são os seus principais impactos e riscos ESG, quais os temas da agenda que estão em discussão no mundo e no seu setor.
Faz parte dessa construção a análise dos principais assuntos tratados em fóruns globais e locais, avaliados em índices e certificações ESG reconhecidas, práticas de concorrentes, além do levantamento de temas que já são prioridades da empresa por questões legais ou valores da cultura.
2 – Consulte seus públicos de relacionamento
Com a lista de temas construída na etapa anterior, convidamos os stakeholders da empresa para sinalizar quais deveriam ser as prioridades da organização, no seu ponto de vista. Essa consulta pode ser realizada através de entrevistas, grupos focais ou uma pesquisa online.
Envolver os públicos de relacionamento, como fornecedores, investidores, clientes, gestores, colaboradores e comunidade, dá credibilidade à definição de prioridades da empresa, pois considera os interesses dos públicos que são impactados e que geram impactos no negócio.
3 – Priorize os temas relevantes para o seu negócio
Com os resultados da consulta aos públicos de relacionamento em mãos, você terá um mapa de temas mais relevantes e poderá fazer escolhas estratégicas na agenda ESG.
Um ponto importante nessa etapa é definir a relevância que cada público terá na construção da matriz. Por exemplo: você pode definir um peso maior para as respostas de um determinado público, por entender que tem maior relevância para o negócio ou por ser mais impactado pelas suas operações.
E depois da Matriz de Materialidade?
Com a Matriz definida, é momento de avançar para os seguintes passos:
- Mapear o estágio e o “apetite” da organização em cada tema material.
- Definir os compromissos e iniciativas estratégicas, que trarão resultados e evoluções para a empresa nos temas.
- Formalizar as escolhas ESG em políticas e monitorar continuamente o plano de ações definido.
- Comunicar os resultados. O Relatório de Sustentabilidade, por exemplo, é uma ótima ferramenta.
Ou seja, compromissos claros, com planos de ação e metas coerentes, são fatores essenciais para gerar engajamento com a agenda ESG. Além disso, uma estratégia de sustentabilidade ganha força e forma quando está ancorada em documentos que a formalizam, em sistemas de monitoramento e em práticas de prestação de contas dos resultados.
Direcione seu negócio para a Sustentabilidade
Por fim, vale destacar que a matriz de materialidade é uma etapa na construção da estratégia de sustentabilidade, e que deve ser atualizada periodicamente. Afinal, as prioridades podem mudar conforme a empresa conquistar resultados em algum tema, se há mudanças significativas no negócio ou mesmo por influência externa. Sustentabilidade é uma jornada em movimento!
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